quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Sony PRS-505

Fabricante: Sony
Data de lançamento: Outubro de 2007
Menus de navegação: Em Inglês
Ficheiros suportados: PDF, TXT, RTF, LRF, LRX, MP3, AAC, JPG, GIF, PNG, BMP
Preço: cerca de 300 dólares / 200 euros (Janeiro de 2008)
Disponibilidade: sítio da Sony e outros revendedores

O Sony PRS-505 é um leitor dedicado de livros electrónicos. Usa a tecnologia e-ink e tem 8 escalas de cinza. Pode ser ligado ao computador através de USB / USB-Mini. (Alguns utilizadores relatam problemas em ligá-lo a computadores que não PC.)

Suporta auscultadores de 3,5mm para ouvir música.

Suporta cartões SD de 2 GB (alguns utilizadores afirmam ter utilizado cartões de 4 GB) e Memory Stick Pro Duo da Sony (até 8 GB). A memória interna é de 210 MB.

Deixar o dispositivo em modo de suspensão sem ler nenhuma página esgotará a bateria em algumas semanas. A leitura de algumas páginas por dia esgotará a bateria em cerca de uma semana. Ouvir música a partir do dispositivo esgotará a bateria em poucas horas. Ler a partir dos cartões SD irá esgotar a bateria mais rapidamente.

Não é possível utilizar o dispositivo para jogar jogos ou navegar na internet. Não dispõe de ligação sem fios nem de luz de fundo.

É possível comprar livros electrónicos em formato proprietário a partir da loja da Sony em http://ebookstore.sony.com . (Nenhum disponível em Português.)

É impraticável ler ficheiros PDF neste dispositivo pois as letras aparecerão muito pequenas. (Alguns sítios especializam-se em criar ficheiros PDF especialmente pensados para o 505, como o www.feedbooks.com ). Os ficheiros RTF também precisam de ser especialmente tratados, usando uma letra grande e a negrito.

É possível comprar acessórios para o PRS-505, tais como capas e luzes LED exteriores para ler no escuro.

O Sony PRS-505 está disponível em cinzento, azul-escuro e cor-de-rosa (especial Dia de São Valentim).

A garantia-base é de 1 ano para trocas (90 dias para reparações). É possível adquirir garantias mais prolongadas no sítio da Sony.

A Sony vende apenas para os Estados Unidos e a maioria dos outros revendedores também tem políticas de limitação ao território dos EUA. Isto prende-se com questões de licenciamento de direitos autorais.

Ricardo F. Diogo: Dentro dos dispositivos que conheço que usam e-ink, é o mais barato e bonito. Namorei durante mais de um ano o seu antecessor, o Sony PRS-500, esperando que fosse lançado na Europa. Quando o Sony PRS-505 foi lançado e o Velho Continente foi deixado de fora, decidi abandonar a ideia de comprar um. Não estava disposto a esperar por um lançamento no Reino Unido, adiado imensas vezes. Não me agradava ter uma garantia de apenas 90 dias para a mão-de-obra e ter de o enviar para os Estados Unidos caso tivesse algum problema. Decidi comprar um leitor da concorrência. Se estivesse à venda em Portugal, teria sido a minha escolha.

(Veja: Vídeos no Youtube com o Sony PRS-505)

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

Fora de portas

São a tecnologia de ponta para os leitores compulsivos. Permitem devorar em qualquer lugar milhares de livros descarregados da Internet.

Para quem quer ler Os Maias sem pagar por eles, os dispositivos dedicados de leitura de livros electrónicos são a melhor alternativa.

São o correspondente literário dos leitores de mp3.

Os leitores de ebooks são pequenos computadores, com ecrãs do tamanho de um livro de bolso. Os mais recentes utilizam a tinta electrónica, ou e-ink.

A tinta electrónica é um material proprietário da E Ink Corporation. É composta por milhões de microcápsulas negras e brancas que formam letras ou imagens, consoante lhes é aplicada uma carga eléctrica positiva ou negativa através de um circuito embutido numa placa de plástico.

A tinta electrónica dá a estes dispositivos uma grande eficiência energética pois podem manter-se ligados durante semanas sem necessidade de recargas.

O ecrã apenas consome energia quando é virada uma página. Por este motivo, tornam-se mais indicados para a leitura do que os PDA ou os telemóveis inteligentes.

Como contra, têm o facto de não ser possível utilizá-los no escuro.

Entre os principais dispositivos de leitura de livros electrónicos destacam-se:

O Kindle da Amazon


O Cybook da Bookeen


O Sony PRS-505 da Sony


O iLiad da iRex


São já populares nos Estados Unidos e na Ásia e os seus preços variam entre os 200 e os 700 dólares.

De um modo geral, são vendidos apenas pela internet e estão ainda longe da comercialização massificada.

Não perca os capítulos que se seguem...

sábado, 19 de janeiro de 2008

OCR, o salva-livros

A maioria das impressoras modernas vêm já equipadas com função de digitalização e fotocópia. São as chamadas impressoras multifunções e estão ao acesso de (quase) todos. Permitem, por isso, transformar um livro em papel num livro electrónico com bastante comodidade.

Coloca-se o livro em papel na impressora / digitalizador, carrega-se num botão, vão-se virando as páginas e, por magia, estas vão surgindo no ecrã do computador, como se de fotografias se tratassem.

Basta depois correr um programa de OCR, de reconhecimento óptico de caracteres (ou, em Inglês, Optical Characters Recognition).

Esse programa irá observar informaticamente essas fotografias e interpretar todos os borrões de tinta. Determinará se estes correspondem a alguma letra ou sinal de pontuação. No final, será gerado um ficheiro de texto, editável, por exemplo, no Word da Microsoft.

Este tipo de programas tem uma enorme utilidade para cientistas e investigadores. Basta-lhes digitalizar e reconhecer as páginas dos livros que pretendem citar, copiar e colar os excertos nas suas teses.

Mudar o tipo de letra, a cor do texto, colocar o livro a gosto ou transportá-lo num CD são apenas algumas das possibilidades.

Outra, eventualmente a mais benemérita, é passar para formato electrónico livros antigos isentos de direitos autorais e colocá-los à disposição do público na Internet.

Dentro dos mais populares programas de OCR encontram-se o Abby Finereader e o Omnipage.

O utilizador lusófono deve sempre certificar-se que o programa inclui um pacote para o Português.

E está pronto para pegar nos Machado de Assis que tem na biblioteca da sua avó e guardá-los no seu computador ou partilhá-los, digitalmente, com os seus colegas.



(Ver: PergFreq do Projecto Gutenberg sobre digitalizadores e OCR.)

segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

Êxodo ou Charles Franks e os Revisores Distribuídos

Corria o ano de 2000. Charles Franks, um programador de Las Vegas, Estados Unidos da América, preparava uma revolução.

Criou códigos e mais códigos em PHP, mySQL e Java Script. Empacotou-os e alojou-os no seu computador.

A ideia era simples: um voluntário digitalizava um livro em papel, enviava as imagens para o computador de Franks e, com a ajuda dos maravilhosos códigos que este havia escrito, os outros podiam rever o texto até que ficasse perfeito. Uma página de cada vez.

Ninguém precisava de descarregar qualquer software pois o programa corria inteiramente no computador de Charles, que era visitado por milhares de voluntários. Só num dia, registaram-se 4.000.

Nascia o conceito de cooperação no ciberespaço. Pessoas que não se conheciam nem nunca se haviam visto, trabalhando voluntária e colaborativamente num mesmo objecto, unidos por um fim comum: produzir conteúdos disponíveis gratuitamente na Internet.

A estes revisores espalhados por todo o mundo, Charles chamou “Distributed Proofreaders” (revisores distribuídos).

Hoje, os Distributed Proofreaders são a maior fonte de livros electrónicos do Projecto Gutenberg.

Para ver como era o sítio nos seu primórdios, pode visitar esta ligação. Compare-a com os dias de hoje.

domingo, 13 de janeiro de 2008

Génesis ou Michael Hart e o Projecto Gutenberg


Em 1971, Michael Hart, então um estudante na Universidade de Illinois, Estados Unidos da América, abriu a mala e teve uma ideia. Ao folhear a Declaração da Independência dos Estados Unidos da América, pensou: e se eu transcrevesse este texto para um computador e depois compartilhasse o arquivo com os meus colegas?

Assim fez. Nascia o primeiro livro electrónico da história da Humanidade, digno desse nome. Ei-lo.

Os computadores de então eram máquinas gigantescas, que serviam para pouco mais do que para realizar cálculos. Ao ver no computador um meio para arquivar textos clássicos e compartilhá-los, Hart foi um visionário.

Surgia o Project Gutenberg (em honra de Johannes Gutenberg, inventor da imprensa de caracteres móveis).

Nos anos que se seguiram, Michael Hart foi transcrevendo outros textos (a Bíblia, Alice no País das Maravilhas,…) . Na década de 1990, com a popularização da Internet, surgiram outros voluntários que o ajudavam a transcrever os textos. Foi conquistando adeptos da sua filosofia:

«Encorajar a criação e distribuição de livros electrónicos. O Project Gutenberg é impulsionado por ideias, ideais e pelo idealismo. O Project Gutenberg não é impulsionado pelo poder financeiro ou político. Portanto, o Project Gutenberg é impulsionado totalmente pelos voluntários.» (in Declaração de Missão do Project Gutenberg)

Em 2000, um voluntário de nome Charles Franks cria aquilo que revolucionaria para sempre o modo de criação dos livros electrónicos. Mas esse é outro capítulo…



(Ver: História do Project Gutenberg.)

Da semântica das boas-vindas

Chamam-lhes livros electrónicos, livros eletrônicos, livros digitais ou, em inglês, ebooks. Há, entre os cultores da lusofonia, quem avance os neologismos "livros-e" ou "livrónicos". São livros que perderam as folhas e germinaram num arquivo informático.

Se é possível guardarmos no nosso computador pessoal um arquivo com as nossas reflexões, os nossos diários, também é possível informatizar Os Maias de Eça de Queirós ou Dom Casmurro de Machado de Assis.

Hoje, na Internet, circulam milhares de arquivos com toda a espécie de literatura, que os leitores mais ávidos descarregam impiedosamente. Uns legalmente, outros não.

Os livros electrónicos têm como mais-valia o poderem ser partilhados entre cidadãos de todo o mundo, instantânea e gratuitamente. Como contra, têm o facto de, para serem lidos, necessitarem de um computador.

Neste blog, tentarei deixar diagnósticos do mundo dos livros-e e dicas para os falantes do Português.

O meu nome é Ricardo F. Diogo e sou voluntário do Project Gutenberg, a mais antiga biblioteca electrónica do mundo. Profissionalmente, defendo causas e direitos. Seja bem-vindo.

Início

Início. Blog sobre livros electrónicos, ou livros eletrônicos, ou livros digitais (que a ortografia, à data, diverge).