sexta-feira, 1 de maio de 2009

txtr da Wizpac

A Wizpac, uma jovem empresa alemã com sede em Berlim, acaba de apresentar o protótipo do seu novo dispositivo de leitura de livros eletrónicos: o txtr. (Lê-se “técster.)

A comercialização está prevista para setembro de 2009.

A empresa criou já uma plataforma na Internet, que permite à comunidade de utilizadores enviarem livros e outros ficheiros de texto para aí serem armazenados e partilhados (em http://txtr.com).

Através de uma ligação 3G/GPRS, o utilizador poderá sincronizar a pasta de que dispõe nesse espaço virtual, com o aparelho que tem nas suas mãos. Pelo menos na Alemanha, isto será possível porque o txtr integrará um cartão SIM, tal como um telemóvel.

Fora esta particularidade, a meta da Wizpac é vender um dispositivo simples, dedicado apenas à leitura e à viragem de páginas. Criar uma espécie de PDA não está nos horizontes. A tecnologia E-ink Vizplex do aparelho não o permitiria.

O aparelho lerá ficheiros em formato ePub, o preferido da empresa. Mas também irá aceitar HTML, PDF e TXT. Quanto a RTF e formatos do Office da Microsoft, também estão previstos, embora ainda não haja certezas.

Já no que toca ao formato Mobipocket, tudo depende da autorização da sua proprietária, a gigante norte-americana Amazon, que comercializa também o seu próprio dispositivo – o Kindle. A jovem Wizpac diz estar a negociar.

O txtr não terá um ecrã tátil, pelo que não será possível sublinhar palavras. A empresa alega que essa funcionalidade esgotaria muito rapidamente a bateria.

A única área sensível ao toque será a faixa lateral do aparelho a partir da qual será possível virar as páginas. Se o txtr for colocado na horizontal, o texto reajusta-se automaticamente.

A Wizpac também não promete suportar a localização de palavras no próprio livro. Contudo, está a fazer experiências e não põe de parte a ideia de, futuramente, o aparelho poder ser ligado a um teclado através de Bluetooth. Esta arrancará para já apenas para o áudio.

As conectividades WiFi e USB permitirão ao utilizador migrar os seus livros para cartões de memória e lê-los no aparelho, ou exportá-los diretamente.

Quanto a memórias: 1GB SDRAM, com cartão MicroSD de 8GB incluído.

O sistema será baseado em Linux e a empresa libertará um SDK / API aquando do lançamento. Ou seja: qualquer programador poderá desenvolver as suas próprias aplicações para o aparelho. A Wizpac considera isto «posição estratégica» e conta com a criatividade da comunidade de utilizadores para melhorar o dispositivo.

A empresa está a conversar com os editores para poder vender livros a partir do seu sítio.
Contudo, a Alemanha possui uma lei que fixa um preço único para cada livro. As edições digitais deverão ter o mesmo preço das em papel.

O txtr deverá custar cerca de 300 euros.

Veja os vídeos no Youtube: Vídeo 1 (Parte 1) e Video 1 (Parte 2) , em Inglês; e Vídeo 2, em Alemão.


Ricardo F. Diogo:

O aparelho tem um
design que me parece leve e atrativo. A possibilidade de utilizar o aparelho para ler documentos armazenados num espaço virtual é interessante, embora não seja nova.

A Wizpac terá de estar atenta aos direitos de autor. A tendência será para os cibernautas carregarem na plataforma na Internet da Wizpac documentos ilegais para que possam ser compartilhados com todos utilizadores. Poderá ser uma pedra no sapato da empresa.

A abertuda a formatos não proprietários é ótima. Infelizmente, gostaria que o aparelho tivesse um ecrã tátil para que se pudesse sublinhar linhas e palavras. A opção de pesquisa de texto, contudo, é uma mais-valia.

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